FROTAS PRONTAS PARA TERRAPLENAGEM
Durante as obras de movimentação de terra, vários critérios devem ser respeitados para garantia de segurança e produtividade no trabalho com equipamentos
Protagonistas mecânicos para o sucesso das obras, os equipamentos requerem atenção durante os trabalhos em terraplenagem. Por exemplo, carregar caminhões nos serviços de movimentação de terra não é uma tarefa tão simples, diversos procedimentos precisam ser seguidos quanto ao preparo e limpeza do acesso do caminhão no ponto de carregamento, posicionamento correto da escavadeira que faz o tombamento do material, disposição correta desse material no interior da caçamba e cuidado na hora do descarregamento no bota-fora.
Durante a operação, esses critérios devem ser bem planejados para haver entendimento entre o operador da escavadeira, que tem prioridade na operação de carregamento, e os motoristas dos caminhões, que precisam de uma área limpa, livre de pedras e de quaquer obstáculo que coloquem o tráfego em risco.
Edmilson de Oliveira Sabino, diretor da empresa Capacitar Operadores, explica que para se carregar caminhões, a primeira regra é levar em conta o acesso do veículo. “O caminhão deve ser posicionado de forma fácil para ser carregado, num ponto nivelado e sem inclinações. O operador da escavadeira é o responsável por determinar o melhor local de parada do caminhão, devendo manter a praça de carregamento limpa e organizada”, diz.
De acordo com Edmilson, a escavadeira se posiciona num ponto onde o operador tenha contato visual com o motorista do caminhão, que nunca deve sair da cabine para acompanhar o carregamento da caçamba. O ideal é que a máquina fique 3 metros acima do solo e a base das esteiras alinhada com a altura de acabamento metálico da borda da caçamba do caminhão.
Também é necessário checar se o solo tem condições de sustentar o peso do caminhão carregado. “Em muitas situações, é preciso fazer a troca do solo ou espalhar cascalhos, principalmente quando a área é afetada por chuvas que normalmente comprometem as operações de carregamento, porque o solo fica brejoso e o material, excessivamente úmido”, explica Sabino.
Cargas úmidas
Por se movimentarem dentro da caçamba durante o deslocamento do caminhão, as cargas úmidas são as que mais precisam de cuidado. José Antonio Spinassé, diretor da Luna Locações e Transportes e membro da diretoria da APELMAT, explica que se o material transportado for brejoso ou saturado deve ser carregado em menor quantidade. Caso contrário, numa freada do caminhão a carga pode cair na pista e provocar acidentes envolvendo terceiros.
De acordo com ele, a tampa traseira do basculante deve ser alvo de atenção, não pode abrir e deve estar trancada quando o caminhão encostar. “O enlonamento sobre a caçamba é obrigatório, principalmente em rodovias. Os caminhões que não o utilizarem estão sujeitos a multas, já que a cobertura de lona protege a carga durante o tráfego”, explica.
Em obras de terraplenagem, muitas pessoas que carregam o material são remuneradas por produção e mal sabem onde o caminhão será descarregado. Se o material grudar no fundo, corre-se o risco de o caminhão tombar no momento do descarregamento, quando o motorista estiver com a caçamba levantada e der o arranque para frente. Por isso, muitas empresas utilizam caçambas antiaderência ou a forram com lona, para evitar acúmulo de material grudado. A argila gruda com muita facilidade no fundo da caçamba, o que dificilmente ocorre com areia e pedra.
Durante a descarga, o motorista precisa permanecer atento. “Enquanto a caçamba não for esvaziada completamente, o motorista não pode sair com o caminhão. Como é impossível para ele controlar isso, é necessária a presença de um ‘bandeirinha’ para fazer a sinalização”, explica o diretor da Luna. O carregamento de matacões também requer cuidado, para que não fiquem enroscados na saída do basculante da caçamba, impedindo o descarregamento de parte do material. A escavadeira não pode carregar essas pedras grandes, o correto é fazer o desmonte desse material para em seguida carregá-lo.
A escavadeira deve descarregar o material na caçamba do caminhão de uma forma separada e bem planejada, para minimizar a possibilidade de problemas durante o descarregamento. Para isso, o operador da escavadeira e os motoristas dos caminhões precisam conhecer o que carregam e os perigos de uma carga irregular. “Enquanto a caçamba não for esvaziada completamente, o motorista não pode sair com o caminhão”
Sabino explica que, se o material for misto de terra e pedras, a escavadeira deve fazer a separação e primeiro despejar o material fino para forrar a caçamba. Desse modo, as pedras maiores terão impacto amortecido quando caírem na caçamba e, se estiverem pontiagudas, não vão danificar o fundo. “Uma vez forrada, a caçamba deve ser carregada a partir da saída do basculante para frente, de forma que o peso do caminhão permaneça estabilizado e a carga não fique com bolsões de ar. Se houver vácuos, eles tendem a ser preenchidos na hora do descarregamento e correm o risco de tombar o caminhão, dependendo da inclinação”, orienta.
Trator de esteiras
No trabalho com tratores de esteiras, existem alguns cuidados específicos que estão diretamente relacionados ao controle de qualidade desse equipamento, de acordo com Relton Cesar, coordenador de serviço da Case Construction Equipment. “Evite empurrar o material com velocidade excessiva, reduza a velocidade ao reverter o sentido de translação e utilize prancha quando necessário deslocá-lo por longas distâncias”, recomenda Cesar.
A manutenção preventiva, no caso desse tipo de equipamento, começa pela inspeção e limpeza das esteiras. "Esse cuidado simples pode elevar significativamente a vida de seus componentes", destaca o especialista, enfatizando que seguir o manual de operação do equipamento é essencial para garantir os padrões de qualidade estipulados pelo fabricante. No caso do trator de esteiras, por exemplo, deve ser verificado o tensionamento das esteiras e deve ser medido o desgaste de roletes, roda guia e roda motriz, sempre respeitando os limites para substituição desses itens.
Independentemente do equipamento utilizado na obra, é importante atentar para a qualidade e origem dos lubrificantes e das peças utilizadas. “Peças e lubrificantes genuínos garantem um padrão de qualidade elevado, pois são testados e homologados para aquele produto e suas aplicações. Outra dica é nunca misturar componentes novos com os já desgastados, prática que diminui a vida útil dos componentes novos”, orienta.