14 de agosto de 2024

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Por: Apelmat

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Tags: mercado

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Categorias: Mercado

Falta de mão de obra se torna principal gargalo da construção

A nova edição da Sondagem da Construção, divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Faculdade Getúlio Vargas (IBRE FGV), apurou que 71,2% das empresas de construção tiveram dificuldades para contratar trabalhadores qualificados entre junho de 2023 e junho de 2024. Entre elas, 39% relataram “muita dificuldade”, principalmente entre os serviços especializados em final de ciclo produtivo, como obras de instalações e de acabamento.

Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo – Ana Maria Castelo, Iuri Viana e Hanna Carolin Silva – trata-se de uma reversão de cenário, quando comparamos o mercado brasileiro de construção atual com o de 2021.

Na época, a alta dos preços dos materiais e a falta de demanda de obras foram apontadas como os maiores dificultadores do setor, com 38,1% e 35,9% assinalados, respectivamente.

Fatores limitativos da construção em porcentagem de assinalações – Fonte IBRE FGV

Em 2021, apenas 10,7% dos entrevistados apontaram problemas com a contratação de mão de obra qualificada. “Passados três anos, o quadro mudou bastante, tanto no que diz respeito aos custos dos materiais quanto à demanda e à escassez de mão de obra”, relata o trio de especialistas em artigo publicado sobre o tema.

Qualificação é remédio contra a falta de mão de obra na construção

O mesmo levantamento deste ano questionou os entrevistados sobre as soluções possíveis para enfrentar a escassez de mão de obra e mais de 51% responderam treinamentos/qualificação. 

A segunda medida mais citada como forma de reduzir o problema foi o deslocamento de profissionais entre obras e/ou regiões. Isto foi apontado como prática por 46% dos entrevistados.

Uma parcela importante (33,1%) também disse que a melhoria na remuneração tem sido adotada como estratégia para diminuir o problema. A redução no ritmo das obras (12,2%) e a mudança de processo construtivo (10,6%) também foram citadas como estratégias em adoção pelas construtoras. A parcela restante (12,1%) disse estar usando outras estratégias, não listadas na pesquisa.

Com o nível de emprego com carteira assinada 7% superior ao registrado no mesmo período de 2023, de acordo com o Caged, não há indicativos de que o cenário de falta de mão de obra será arrefecido em curto espaço de tempo.

Além disso, as vendas de imóveis continuam superando expectativas, alavancadas pelo Minha Casa Minha Vida, que deve estimular um novo ciclo de obras nos próximos meses.

Emprego na construção civil no recorte de 12 meses. Fonte: IBRE FGV