11 de setembro de 2024

|

Por: Apelmat

|

Tags: mineracao

|

Categorias: Evento

Inovações e transição energética dominam temáticas da Exposibram 2024

Em realização nesta semana em Belo Horizonte, a Exposibram 2024 traz à tona discussões sobre a transição energética e o papel das inovações no setor da mineração. O evento reúne empresas e especialistas que têm destacado a relevância da indústria mineral para o avanço das energias limpas e sustentáveis. Nos estandes, a interatividade e a tecnologia são diferenciais em relação a edições anteriores, demonstrando o compromisso do setor com a modernização e a adaptação às exigências ambientais.

O papel da mineração na transição energética

Durante a cerimônia de abertura, a centralidade da mineração na transição para energias mais limpas foi tema recorrente. Os discursos de autoridades e líderes empresariais focaram em como os minerais são essenciais para a produção de tecnologias sustentáveis, como baterias de veículos elétricos, painéis solares e turbinas eólicas. 

Segundo eles, a busca por fontes de energia renováveis está intrinsecamente ligada à demanda por minerais como cobre, lítio e níquel, o que coloca a indústria em uma posição estratégica.

O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, reforçou essa ideia destacando que a transição energética não é possível sem a mineração, que fornece as matérias-primas necessárias para a produção de tecnologias verdes. “Sem os minerais, não há como construir uma economia de baixo carbono”, afirmou. Ele também ressaltou a importância de uma mineração responsável, que equilibre a necessidade de extração com a preservação ambiental e o respeito às comunidades locais.

Inovação e tecnologia na Exposibram 2024

Nos estandes das grandes empresas do setor, a inovação é o ponto alto destacados pelas principais montadoras do país como Vale, Anglo American e Nexa. As empresas estão apresentando soluções tecnológicas que visam otimizar a eficiência e reduzir os impactos ambientais da mineração. Simuladores, realidade aumentada e inteligência artificial são usados para mostrar ao público as práticas adotadas para tornar as operações mais sustentáveis.

A Anglo American, por exemplo, apresenta um simulador que permite ao visitante entender o funcionamento de uma mina e como a tecnologia pode reduzir riscos operacionais e aumentar a segurança dos trabalhadores.

Já a Nexa exibe um modelo interativo que demonstra como o uso de novas tecnologias pode otimizar o consumo de energia e água, dois dos principais desafios do setor.

Em comunicado para a imprensa, Maurício Ferreira, diretor de tecnologia da Nexa, disse que a empresa está investindo em soluções que aliam eficiência e sustentabilidade. “Nosso objetivo é produzir mais, impactando menos o meio ambiente. As novas tecnologias permitem que a gente reduza o consumo de recursos e, ao mesmo tempo, aumente a segurança das operações”, disse.

Desafios e oportunidades da transição energética

Em um  talk-show sobre a transição energética no Brasil, especialistas debateram os desafios e as oportunidades que o país enfrenta para acelerar o processo de descarbonização da economia. A discussão girou em torno da necessidade de políticas públicas que incentivem a adoção de energias renováveis e da criação de uma cadeia de valor que inclua a mineração de forma sustentável.

Foi consenso que o Brasil, com sua riqueza mineral, tem um papel estratégico na transição energética global. No entanto, o desafio é conciliar a exploração mineral com as necessidades ambientais e sociais. Um dos pontos levantados pelos debatedores foi a importância de uma regulamentação que incentive a inovação e garanta que a mineração seja feita de forma responsável. “Precisamos de um marco regulatório que estimule o uso de tecnologias limpas e que traga segurança jurídica para os investidores”, afirmou André Araújo, especialista em políticas energéticas.

Outro tema discutido foi a necessidade de capacitação da mão de obra para atender às novas demandas tecnológicas do setor. O uso crescente de tecnologias como automação e inteligência artificial está transformando a forma como as minas operam, e é essencial que os trabalhadores estejam preparados para essa nova realidade. “A formação de profissionais qualificados é um dos grandes desafios para o futuro da mineração no Brasil”, apontou Araújo.

Sustentabilidade e mineração responsável

Quanto à sustentabilidade, as empresas presentes no evento estão demonstrando comprometimento com a pauta, principalmente no que tange a redução dos impactos ambientais da mineração. A preservação dos recursos hídricos, a redução das emissões de gases de efeito estufa e o respeito às comunidades locais, por exemplo, estão sendo amplamente discutidos nos painéis e apresentações.

A Vale, por exemplo, destacou alguns dos seus projetos com investimento em tecnologias que reduzem o consumo de água e energia, além de promover a recuperação de áreas degradadas. “Nosso compromisso é com a mineração de baixo impacto. Estamos trabalhando para reduzir ao máximo os impactos das nossas operações e contribuir para um futuro mais sustentável”, disse Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale.

O futuro da mineração na era da transição energética

A Exposibram 2024 tem procurado estabelecer que o futuro da mineração está diretamente ligado à transição energética. A demanda por minerais essenciais para a produção de tecnologias limpas deve crescer nos próximos anos, o que coloca o setor diante de uma grande oportunidade. Para aproveitar esse momento, contudo, os especialistas estão comentando sobre a necessidade fundamental de que a indústria se adapte às novas exigências do mercado e adote práticas que conciliem crescimento econômico e responsabilidade ambiental.

As inovações tecnológicas devem ser um dos principais fatores para garantir a mineração do futuro, de modo que as empresas que investirem em soluções que aumentem a eficiência e reduzam os impactos ambientais estarão em uma posição vantajosa. Além disso, a adoção de políticas públicas que incentivem a inovação e garantam a segurança jurídica para os investidores deve estar cada vez mais na pauta de desenvolvimento do setor.